Não é necessário comentar sobre a alta dos preços nas
commodities que vem acontecendo desde o final de 2005. Já no final de 2007, produtores agrícolas comemoravam os preços dos seus produtos no mercado internacional.
Em 2008 o cenário não mudou. Com a piora da situação econômica dos Estados Unidos, investidores do mundo inteiro “fugiram” de mercados com maior risco na atualidade (mercado de capitais), concentrando seu dinheiro em outros investimentos. Ou seja, os investidores não querem mais, ao menos por enquanto, esperar por publicações de balanços duvidosos, tentativas frustradas de equipes econômicas em alterar ou manter juros, ou esperar pela divulgação de dados negativos sobre a economia – preferem investir em ativos de valor real, que seguem sólidos fundamentos de oferta e demanda no seu preço (em outras palavras,
commodities).
Mas a lei de ação e reação da física também tem sua atuação na economia. Apesar dos altos valores da maioria dos produtos, o dólar baixo surge como vilão da estória para “reagir” contra os ganhos obtidos.
Em junho de 2007 a soja em Paranaguá valia, em média, R$33,00/saca, e o dólar estava cotado em R$1,93, ou seja, pagava-se US$17,10/saca no porto de Paranaguá.
De junho de 2007 a fevereiro de 2008, a valorização da soja em moeda nacional foi de 58,3%, estando cotada a R$50,24. Em dólares, esse valor é de US$29,21. Em outras palavras, houve uma valorização de 70,8% no preço da saca de soja em Paranaguá nessa.
Qual o reflexo para o produtor? Imaginando que a cotação do dólar frente ao real se mantivesse ao mesmo preço de junho de 2007, o produtor estaria recebendo R$56,37/saca, valor 12% superior – ou os mesmos 70% em relação à moeda estrangeira.
Na economia não se pode mudar algo isoladamente sem impacto em diferentes lugares. Resta ao produtor saber aproveitar os momentos em que essas oportunidades se apresentam. Já pensou se, com o dólar nesse valor, a saca da soja estivesse a R$33,00? (JA)
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